Contas no azul

A queda acentuada da taxa básica de juros (Selic) para 6,75% ao ano sugere uma mudança nos hábitos das pessoas com suas contas em 2018. Taxas de juros mais baixas significam remunerações menores nas aplicações financeiras tradicionalmente escolhidas. Em particular as de caráter mais conservador, como as aplicações na caderneta de poupança, fundos de renda fixa ou mesmo títulos do Tesouro Direto. Ao receber taxas de remuneração mais baixas, é preciso ficar atento para o consumo excessivo de itens supérfluos ou dispensáveis. Cautela é fundamental antes de tomar qualquer decisão envolvendo gastos. O bom poupador reduz o risco de enfrentar um futuro com falta de dinheiro. Afinal, poupar significa trocar o consumo presente pelo consumo futuro.

Nesse sentido, realizar uma planilha orçamentária é uma boa forma para ter um controle financeiro. A planilha deve contemplar os rendimentos recebidos e as despesas realizadas, normalmente em intervalos mensais. A maior vantagem do uso da planilha é a disciplina. Uma pessoa que acompanha em detalhes o quanto recebe de rendimentos mensais e quais são os gastos regulares, consegue detectar se há desequilíbrios entre ambos e se existe necessidade de reduzir algum gasto.

Vale destacar que dívidas, mesmo com juros mais baixos, devem ser evitadas. Normalmente, o custo delas supera, com folga, a rentabilidade de aplicações financeiras conservadoras. Mas para quem já está endividado, a dica é conversar com o gerente do banco sobre opções de financiamento diferentes do cheque especial, que possui taxas de juros mais altas. Portanto, busque trocar essa dívida por um crédito pessoal ou crédito consignado, por exemplo. Todos os bancos oferecem essas possibilidades de financiamento.

Lembre-se: manter uma reserva adequada evita a necessidade de contrair dívidas a juros altos e que podem inviabilizar ainda mais o controle das finanças.

Cesar Caselani, professor de finanças da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV EAESP)

Amanhã eu começo: #sqn

Um dos hábitos que mais dificultam a prática de uma alimentação saudável é encará-la como uma dieta. A alimentação saudável é eficaz quando considerada como uma reeducação alimentar. Comer sem prestar atenção, como sentado na frente da televisão ou fazendo o uso do celular, dificulta a percepção de sinais do corpo em relação à fome e à saciedade. Por isso, sempre procure se alimentar sentado à mesa.

Para começar uma reeducação alimentar, consulte um nutricionista. Esse profissional faz uma avaliação personalizada, considerando as necessidades e costumes individuais de cada pessoa. Dê preferência ao consumo de frutas, verduras e legumes variados, água, produtos lácteos, alimentos in natura e integrais ao invés de alimentos fritos, refrigerantes, sucos artificiais, bolachas recheadas e salgadinhos. Ao se alimentar bem, com as quantidades adequadas de todos os nutrientes e vitaminas, o organismo fica mais dispostos para atividades diárias. A alimentação influencia diretamente na qualidade de vida, exercendo um papel fundamental na prevenção de doenças.

Vale lembrar que a mudança de hábitos alimentares deve contar com a participação de toda a família. Não adianta uma pessoa estar em um processo de reeducação alimentar enquanto as outras continuam com a alimentação equivocada.

Nathalia Moretti Fontanezi, nutricionista e mestranda em Ciências Aplicadas à Pediatria pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)

Na batida certa

Caracterizado pela falta ou baixa atividade física, o sedentarismo impacta diretamente na saúde dos músculos, articulações, ossos e coração. Além disso, a ausência de atividades físicas está associada a doenças como obesidade, hipertensão, altos níveis de colesterol e diabetes, que levam a um maior risco cardiovascular. Estudos apontam que a caminhada regular reduz de forma significativa o risco de óbito por infarto e acidente vascular cerebral (AVC). A realização de 1 hora de atividade física por dia aumenta a expectativa de vida em 2 horas. Por isso, recomenda-se a prática de atividades de moderada intensidade por 30 a 40 minutos, entre três e cinco vezes por semana.

Fazer check-ups periódicos garante o diagnóstico precoce e intervenções eficazes na prevenção de doenças cardiovasculares, uma vez que a maioria dos fatores de risco são assintomáticos, o que resulta em menor procura ao atendimento médico. Além disso, a adoção de hábitos saudáveis de vida, como uma dieta balanceada, controle do colesterol, pressão arterial e diabetes; o abandono do tabagismo e o uso correto da medicação prescrita pelo médico também ajudam a prevenir diversas doenças.

Luciana Vidal, cardiologista especialista em Eletrofisiologia e Estimulação Cardíaca do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, coordenadora da Campanha Coração na Batida Certa da Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (SOBRAC)