Natal e ano novo estão quase chegando e depois de mais um ano em que a maioria das pessoas ficou distante de amigos e familiares, a vontade de se reunir para comemorar essas festividades e o fim de uma temporada difícil é muito grande. No entanto, é fundamental lembrar que apesar do avanço da vacinação, do número de internações e óbitos diminuindo no país, ainda estamos vivendo uma pandemia de covid-19 e com temor de uma nova variante, a ômicron, que ainda se sabe pouco sobre a eficácia dos imunizantes em relação a ela.
Portanto, o ideal é confraternizar no Natal e ano novo, de preferência, com o núcleo de pessoas que você tem contato diariamente, ou seja, evitar convidar todos os parentes e amigos que não integram essa mesma rede. É o que orienta o infectologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Ivan França. “A recomendação principal é continuar evitando aglomerações, nada de fazer uma festa com cem pessoas, por exemplo. Se reúna com grupos pequenos, do mesmo núcleo de convivência e que já estejam, pelo menos, com as duas doses da vacina ou com a vacina de dose única.”
Outra orientação importante é quanto ao uso da máscara. Neste ponto, o especialista indica permanecer com o acessório o tempo inteiro da festa. “Sabemos que é uma recomendação difícil de ser seguida, porque são confraternizações que envolvem comida e bebida, portanto as pessoas podem até chegar de máscara, mas depois tiram e esquecem de colocá-la novamente. Uma estratégia para lembrar constantemente do uso da máscara é deixar um recipiente próximo ao convidado para ele colocar a máscara quando tirá-la e ela fique sempre visível para ele lembrar de colocá-la novamente depois de terminar a sua refeição.”
Além disso, o local da recepção familiar tem que estar sempre arejado, deixe janelas e portas abertas para que haja bastante circulação de ar. Evite se reunir em restaurantes e outros locais que possam ter uma concentração maior de pessoas e que costumam ter menor circulação de ar. “Vale lembrar que muitas histórias de famílias inteiras que ficaram doentes com a covid-19, o contágio aconteceu justamente durante as festas familiares. Quem já teve a doença e já tomou as doses necessárias de vacinas desenvolve imunidade, mas sabemos que é possível que haja uma reinfecção do vírus, portanto, manter esses cuidados é essencial para diminuir o risco da contaminação”, alerta dr. Ivan.
Outro cuidado que deve ser tomado é em relação aos idosos e às pessoas com comorbidades, doenças como hipertensão, diabetes, obesidade, cânceres etc. que contribuem para maior gravidade no aparecimento de outro problema de saúde, por exemplo na covid-19. “É importante que se alerte os convidados que pessoas nessas condições vão participar do evento de confraternização e ressaltar que se alguém tiver sintomas gripais ou qualquer outro sintoma não deve ir à festa, ou levar idosos e pessoas com comorbidades”, aconselha o infectologista, que faz uma última orientação: “o brasileiro é um povo muito afetivo, mas ainda vamos ter de segurar as trocas de abraços e beijos. Cumprimente as pessoas de longe ou com o soquinho nas mãos ou nos cotovelos.”