Sabe aquele dinheiro guardado que pode salvar as contas no fim do mês depois de um sufoco? Este valor é a reserva de emergências e é muito importante para ajudar a resolver situações imprevistas e urgentes que podem acontecer a qualquer momento na vida de uma pessoa ou da família, garantindo mais tranquilidade e segurança no futuro.
Para te ajudar a entender o que é e como elaborar uma reserva de emergências, o Futuro On-line conversou com Ramiro Gomes Ferreira e José Vanderlei Schmidt Jr. da gestora de investimentos Clube de Valor.
Por que é tão importante ter uma reserva de emergências
É confortável pensar que dificilmente passaremos por alguma situação de emergência ao longo de nossas vidas, mas o fato é que o futuro é incerto e um imprevisto pode acontecer conosco a qualquer momento. Para que esse tipo de situação não nos pegue de surpresa, precisamos montar uma reserva de emergências, isto é, um montante financeiro que ficará guardado, pronto para ser utilizado apenas em casos de urgências.
O dinheiro da reserva de emergências é apenas para imprevistos como:
- Conserto do carro;
- Despesas médicas;
- Conserto de um eletrodoméstico essencial, como geladeira, fogão, micro-ondas, máquina de lavar roupas, etc.;
- Despesas com o veterinário. Se o seu cachorro quebrou a pata ou foi atropelado, por exemplo, você pode usar o valor da reserva de emergências para arcar com o tratamento.
- Reforma ou conserto essencial da residência, como um cano que estourou, um curto circuito no sistema elétrico da casa, uma fechadura que não funciona mais, etc.
O que não é uma urgência e não se deve usar o valor da reserva de emergências para arcar com os custos:
- Trocar de carro, casa, apartamento;
- Pagar por uma viagem de férias;
- Pagar uma festa de casamento, festa de aniversário etc.;
- Comprar uma televisão, sistema de som, computador, celular;
- Reforma não essencial da residência, como colocar uma piscina no quintal, comprar novos móveis ou eletrodomésticos mesmo que os atuais estejam velhos, mas em bom estado, etc.
Como elaborar uma reserva de emergências
Para pensar na quantia financeira que a reserva de emergências deve ter, primeiro considere a estabilidade da fonte de renda.
Profissionais autônomos, empresários e pessoas cuja renda mensal varia mais, o ideal é que a reserva de emergências seja equivalente a 12 meses dos gastos mensais.
Profissionais de empresa privada (com carteira assinada), cuja estabilidade é um pouco maior, o recomendado é ter como reserva de emergências o equivalente a 6 meses dos gastos mensais.
Profissionais concursados do setor público, que costumam ter maior estabilidade no emprego, podem montar a sua reserva de emergências com um valor de apenas 3 meses dos gastos mensais.
Considere como gastos mensais: aluguel, condomínio, plano de saúde, conta de gás, água, luz, alimentação, transporte etc.
Agora para definir o valor da reserva de emergências, observe a quantia total dos gastos. Veja o exemplo abaixo.
Um funcionário de uma empresa privada utiliza R$ 1.500 por mês para pagar o aluguel e o condomínio de onde mora, mais R$ 1.000 com alimentação e contas diversas, além de R$ 500 com gasolina, seguro do automóvel e plano de saúde. Ao todo, os gastos mensais são de R$ 3.000.
Como essa pessoa é um funcionário com carteira assinada, recomenda-se que a reserva de emergências seja equivalente a cerca de 6 vezes o valor dos gastos fixos do mês. Ou seja, a quantia ideal para a reserva de emergências deve ser de aproximadamente R$ 18.000.
Onde aplicar o dinheiro da reserva de emergências
Você deve aplicar o valor destinado à reserva de emergências em ativos seguros e com liquidez que rendam algo próximo à taxa livre de risco do país, a Selic. Veja alguns exemplos:
Você deve estar se perguntando e a poupança? Você pode guardar a reserva de emergências na poupança, porém o rendimento é menor e muitas vezes fazendo com que o dinheiro perca valor em relação à inflação. Como o montante dedicado à reserva de emergências pode ficar parado por um tempo até que seja utilizado, recomendamos buscar por ativos ou outros produtos que tenham um rendimento próximo a 100% do CDI ou à Taxa Selic, o que não é o caso da poupança no momento.
José Vanderlei Schmidt Jr. é um profissional certificado CPA-20, que trabalha no Clube do Valor desde 2018. Atualmente é responsável por parte dos conteúdos do Clube de Valor, buscando melhorar a vida das pessoas por meio da educação financeira de qualidade.