A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarar o fim da Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII) referente à covid-19, no início de maio, não resulta no fim da pandemia, mas no término da emergência global para as políticas públicas de tratamento.
“Podemos considerar o fim da emergência global por conta do número de casos estarem controlados e apresentando uma média móvel dentro dos limites considerados de controle. Isso não significa que a doença parou de circular, mas que a situação emergencial foi controlada”, explica o médico infectologista Mauricio Kenzo Maruyama.
Como o vírus SARS-CoV-2 ainda circula por aí, o uso de máscara, do álcool em gel para higienização das mãos, a vacinação em dia e o distanciamento social, em caso de algum sintoma da doença, são cuidados que ainda devem continuar.
“Essas recomendações ainda existem, mas há uma grande flexibilização. Portanto, a conscientização da proteção individual, que impacta na qualidade de vida comunitária, é fundamental para evitar a disseminação da doença. Por exemplo, se você está resfriado e vai trabalhar, use máscara! Pode não ser covid-19, mas existem inúmeras doenças respiratórias contagiosas”, alerta o especialista.
Nesse sentido, uma proteção individual que colabora coletivamente é a vacinação. “A vacinação contra a covid-19 é importante para que o paciente não evolua para formas graves da doença, bem como, quebrar o ciclo de transmissão. No caso da vacina bivalente da Pfizer, além de proteger contra o vírus ‘original’, ela também protege contra o vírus mutante de maior circulação no cenário atual, a variante Ômicron”, aponta dr. Mauricio.
Segundo a OMS, pandemia é a disseminação mundial de uma nova doença e o termo passa a ser usado quando uma epidemia, surto que afeta uma região, se espalha por diferentes continentes com transmissão sustentada de pessoa para pessoa. “Ao longo da história, já passamos por outras pandemias de doenças infectocontagiosas, como varíola, cólera, gripe espanhola, influenza, entre outras. Com esses exemplos, sabemos que existe um começo, um meio e um fim para algumas doenças e o controle para outras. Nesse sentido, é possível afirmar que a covid-19 está caminhando para uma doença endêmica – qualquer doença localizada ou com uma grande incidência em um espaço limitado, como um estado ou país –, como a influenza, que exige cuidados pessoais e comunitários”, finaliza o infectologista.
Mauricio Kenzo Maruyama, é médico infectologista formado pelo Serviço de Infectologia do Hospital Heliópolis, pós-graduado em Medicina Chinesa e Acupuntura Master Tung e atua em diversos serviços de saúde como a Secretaria de Saúde e a Santa Casa de Jales, no interior de São Paulo.