Investimentos: a força dos títulos públicos

Em novembro, como ocorre em todos os anos, a Funsejem entra na fase final de revisão e ajustes da Política de Investimentos que vigora no exercício seguinte. O documento norteia as estratégias que os gestores (BNP Paribas, Bradesco, BV Asset e Itaú) devem adotar nas carteiras de aplicações que compõem os perfis de investimentos dos planos de previdência corporativo Votorantim Prev e VCNE (fechado a adesões).

É certo, porém, que independentemente das aprimorações no documento do próximo ano, os títulos públicos marcarão presença nas carteiras conservadora, moderada, agressiva e superagressiva, de forma consistente, pela relevância que este papel tem no mercado financeiro.

Os títulos na previdência

De modo geral, no mundo, os títulos públicos são considerados uma das opções mais seguras de investimento. A razão está no fato de o emissor ser o governo, que os utiliza para captar recursos, e com eles realizar os projetos públicos. Trata-se, assim, de uma “moeda” de alto valor e grande contribuição para a economia de um país, sendo mínimo o risco de crédito. Ou seja, são mínimas as chances de o governo não honrar os títulos que lança, não pagar o montante investido por pessoas físicas e jurídicas, com as devidas correções e no prazo acordado na contratação dos papéis.

Na previdência privada fechada, na qual os planos da Funsejem se inserem, os títulos públicos representam quase 20% da carteira de aplicações de renda fixa dos fundos de pensão no Brasil, segundo dados da Abrapp (Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar). A presença deste investimento no setor é ainda maior, se considerarmos os fundos de investimentos, que também trabalham com os títulos.

Aplicações de renda fixa dos fundos de pensões (R$ milhões)

O portfólio de aplicações das fundações de previdência soma R$ 1,139 trilhão, do qual 79% alocado em renda fixa. Os 21% restantes dividem-se em investimentos de renda variável, imóveis, empréstimo a participantes, estruturados, exterior e outros. 

Na Funsejem, os títulos públicos estão nos portfólios de renda fixa dos quatro perfis de investimentos. O que muda é a alocação e o tipo de papel, pois cada um tem um objetivo de retorno e consequentemente um comportamento.

Tipos de títulos

Pós-fixados

Quando um investidor compra títulos públicos pós-fixados, os juros que ele recebe no futuro é o valor que a taxa básica de juros da economia, a Selic, terá na data do vencimento do papel. Trata-se de uma aplicação de baixo risco de mercado, quer dizer, sua rentabilidade mensal não oscila de forma brusca, diante das mudanças de cenários no mercado financeiro. Grosso modo, estes títulos são mais atrativos em cenários de Selic elevada.

Na Funsejem, os pós-fixados estão muito presentes no perfil conservador, dentro do portfólio renda fixa conservador, que reúne títulos públicos e privados, a maioria, pós-fixada.

Pré-fixados e indexados à inflação

Estes dois papéis já têm um risco diferente. Ambos são influenciados e impactados, no curto prazo, por mudanças na taxa de juros Selic e na inflação. Até mesmo as expectativas do mercado financeiro influenciam a rentabilidade mensal destes papéis, que costumam ser mais atrativos quando a inflação e a Selic caem.

Com o pré-fixado, o investidor já sabe, no ato da compra do papel, quais serão os juros a receber no futuro. Já os títulos de inflação pagam juros semestrais, sendo uma taxa fixa já definida no ato da compra, mais a taxa de inflação (IPCA) no momento do vencimento. Os dois títulos estão presentes nos perfis moderado, agressivo e superagressivo da Funsejem, dentro do portfólio renda fixa multiestratégia, que também contempla outros ativos.

Uma última informação importante sobre o funcionamento dos títulos. Independentemente do preço que o mercado financeiro define para estes papéis mensalmente (marcação a mercado), o valor contratado é sempre honrado quando o investimento é mantido e resgatado na data de seu vencimento.

Rentabilidade Renda Fixa Funsejem
Últimos 3 anos (out/20 a set/23)
Renda Fixa Conservadora:
Pós-fixados 21%
Renda Fixa Multiestratégia:
Pré-fixados, títulos de inflação e outros 30%

As carteiras de renda fixa da Funsejem, que contemplam títulos públicos e privados, são apenas um dos fatores a compor os resultados dos perfis de investimento. As outras carteiras são: renda variável, exterior e estruturados, todos com maior grau de risco e, assim, maior volatilidade e oscilação de rentabilidade no curto prazo. A Fundação tem ainda uma carteira de empréstimo a participantes, cujo retorno remunera os planos.

Com relação à alocação em renda fixa, o perfil conservador tem atualmente 99% de suas aplicações neste segmento, o moderado 77%, o agressivo 49% e superagressivo 21%.

Títulos em sua carteira pessoal

Um grande diferencial dos títulos públicos é o acesso facilitado desta aplicação para o investidor comum, que pode aplicar valores baixos, por volta de R$ 30,00. A plataforma Tesouro Direto tem informações sobre como os diferentes papéis funcionam, simuladores, rentabilidade e permite que o investimento seja feito no próprio portal.

Pode ser uma alternativa para compor uma carteira pessoal, adicional ao investimento em previdência privada, com objetivos e prazos de resgate diferentes, para outros projetos, que não necessariamente a aposentadoria.

Acesse o portal do Tesouro Direto e confira (aqui).

Rentabilidade Títulos Públicos
Últimos 3 anos (out/20 a set/23)
Pré-fixados
(IRFM) 21%
Pós-fixados
(IMAS) 31%
Títulos de inflação
curto prazo 29%
Títulos de inflação
longo prazo 20%
  • Sempre alerta!

    Quando o assunto é investimento, sua análise precisa se basear no momento pelo qual passa o mercado financeiro, nas características da aplicação, e na adequação ao seu perfil de investidor. Os desempenhos, sejam de sua carteira pessoal ou da sua modalidade de investimento no plano de aposentadoria da Funsejem, devem ser considerados apenas como referência de gestão, e não como fator determinante para sua escolha, pois resultados passados não garantem rentabilidade futura.